O Centro de Estudos Universais AUM oferece neste início de 2021 uma série de palestras com o intuito de ajudar nesta turbulenta travessia. Tempos difíceis necessitam disciplina, coragem, paciência e, sobretudo, muita solidariedade. Saberes essenciais vêm do inominável, da essência ... do aroma desse jardim maravilhoso que é o planeta no qual estamos inseridos e do próprio cosmos. Desfrute!
Transmissão pela plataforma Zoom - ID da reunião: 9515 326 690 (não é necessário senha)
(Clique AQUI para entrar nos dias de evento. A sala será aberta às 19h50)
Programação
Amâncio Friaça
Histórias com mais que dois lados
Dias 24/03, 21/04, 19/05, 16/06
Felizmente a realidade é mais complicada do que o mundo dos dilemas. Se, por um lado, trilemas e multilemas trazem mais dificuldades, por outro, a realidade é multidimensional, e não se esgota nos “dois lados da questão”. E não há só bifurcações no caminho, mas também três, quatro... cantos.
24/03: A parábola do elefante
Essa antiga história traz profundos ensinamentos sobre a natureza da realidade. Não há “lados” na realidade, mas antes eles são uma ilusão que surge quando nos fixamos em narrativas isoladas entre si.
21/04: As três versões da vida
Esse é também o título de uma peça de teatro. Mas é indica também que podemos escrever outros “roteiros” para a vida. Em vez de termos apenas “outra vida”, por que não outras vidas? E não podemos nos
esquecer da lógica do terceiro incluído.
19/05: Os sonhos de Descartes
É pouco conhecido o fato de que o método cartesiano é o fruto de três sonhos que ele teve na mesma cidade onde séculos depois nasceria Einstein. É extraordinário que o itinerário para a construção lógica
do mundo tenha uma origem onírica.
16/06: Camadas e rotações dos saberes.
Normalmente se imagina os saberes fundamentais da arte, ciência e espiritualidade como dispostos em camadas, com o núcleo espiritual, cercado pelo manto da arte e, mais por fora, a casca da ciência.
Porém, mais exato seria vermos uma rotação dos saberes, um gerando e tocando o outro em uma dança circular.
Amâncio Friaça é astrofísico e astrobiólogo do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP. Atuante nas áreas da astrobiologia, cosmologia, evolução da complexidade no Universo, transdisciplinaridade, educação científica, relações entre ciência e sociedade.
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Fernando Schiavini
O Tribalismo
Dias 31/03, 28/04, 26/05 e 23/06
As palestras, baseadas em um livro inédito com o mesmo título, revelarão como funcionam os “Sistemas Tribais”, sem dúvida as formas organizativas mais antigas da humanidade. A obra vai além: ela dá as informações de como formar uma “tribo” presencial e\ou virtualmente, em qualquer parte do mundo, mesmo no meio urbano.
31/03: As raízes da humanidade
Partindo da “Teoria da Evolução das Espécies” de Charles Darwin, o encontro discorre sobre a origem e evolução dos seres humanos na terra, ligadas intrinsicamente às formas grupais organizativas que, a rigor, alcançariam a fase “primata” da humanidade. Em seguida analisa o aparecimento de outras formas organizativas centralizadoras de poder, do dinheiro, das religiões e como esses eventos contribuíram para a formação do capitalismo.
28/04: Capitalismo e resistência
A consolidação do Sistema Capitalista a partir do declínio do Sistema Feudal na Europa, aliado ao período das grandes navegações e como ele evoluiu, agregando as descobertas científicas, a mídia e a globalização. As tentativas de reação da humanidade ao Sistema Capitalista, como o Comunismo, o Socialismo e o Anarquismo, e os efeitos perversos contemporâneos do sistema. A tentativa de retribalização de parte da humanidade, representada pelo “Movimento Hippie” e as “Comunidades Alternativas” ou “Intencionais”.
26/05: O Tribalismo
O que é uma “Tribo” e como as tribos evoluíram há milhares de anos, revela as “premissas” dos sistemas tribais, seus pilares, suas características comuns, a Ética e o “Direito Tribal”, partindo do pressuposto que eles são diferenciados entre si e ao mesmo tempo iguais, em seus princípios organizativos milenares.
23/06: Como formar uma tribo contemporânea
As metodologias “Dragon Dreaming” e “Sociocracia”, revelando como é possível formar e manter organizações tribais utilizando essas ferramentas participativas e de como é possível conciliar um Sistema Tribal com o Sistema Capitalista.
Fernando Schiavini é indigenista e escritor. Atua há mais de 45 anos com povos tribais na Amazônia. É idealizador das “Feiras de Sementes Tradicionais” e co-idealizador da “Aldeia Multiétnica”, uma experiência de vivência tribal na Chapada dos Veadeiros (MT)..
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Paulo Machado
A dança das polaridades
Dias 07/04, 05/05, 02/06 e 30/06
Atravessamos um momento em que a atitude psíquica geral das pessoas se encontra profundamente polarizada, observando-se uma grande dificuldade para o estabelecimento de interações através do diálogo e de comunicação civilizada. O debate de temas importantes que recentemente tem emergido, como questões étnicas e raciais, gênero, violência contra vulneráveis e saúde tem se ressentido com a desinformação, a intolerância e a intransigência de determinados setores públicos e com a unilateralidade das próprias pessoas comuns, confinadas pelos algoritmos das redes sociais. Através da elaboração simbólica das polaridades Terra/Céu, Sol/Lua e da noção de Centro, percorrendo a sabedoria essencial das mitologias e embasados no enfoque da psicologia junguiana, propomos uma reflexão profunda sobre as questões acima observadas, que tem provocado tantos dissabores, sizígias, rupturas familiares e afetivas e muito sofrimento coletivo.
07/04: A Dança das polaridades e o momento atual
A polarização nas relações, a desinformação (as fake News) e o negacionismo; os símbolos da sizígia. A noção de arquétipos; a tipologia psicológica de Jung.
05/05: As polaridades Terra/Céu
As oposições Yin/Yang, Tamas/Sattva, Leão/Águia x Serpente. Símbolos da função maternal: a maternidade sagrada, a doação da vida e nutrição. Símbolos da fecundidade e regeneração. Divindades ctônicas e telúricas. Hierofanias uranianas. Infinito e transcendência. Símbolos da ordem sagrada do universo e dos poderes superiores.
02/06: As polaridades Sol/Lua
Mitos solares de origem: a origem solar do universo. Sol invictus: simbolismo solar da ressurreição e imortalidade. Arquetipologia solar e lunar. Calendários solares e lunares. Complexo mítico/simbólico da Lua: águas, chuvas, vegetação e o feminino. Fecundidade da terra e da mulher.
30/06: A dança das polaridades e a noção de Centro
Os símbolos fundamentais: Centro, Círculo, Cruz e Quadrado. Simbólica do Centro: Montanha sagrada, Palácio, Templo, Árvore, Ônfalo e Pedra. A roda, as mandalas. Centro e a noção de princípio. Axis Mundi e a ligação entre Céu, Terra e Mundo subterrâneo (Inferno). Coniunctio oppositorum (união entre os opostos).
Paulo Toledo Machado Filho é médico psiquiatra, psicoterapeuta junguiano e sociólogo. Mestre em Antropologia Social pela USP.
Crédito: fotógrafa Ana Viotti
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Antonio Florentino Neto
Budismo Zen da Escola de Kyoto e Mestre Eckhart
Dias 14/04, 12/05, 09/06 e 07/07
A filosofia zen-budista japonesa da Escola de Kyoto surge e se desenvolve a partir de intensa interlocução com a filosofia ocidental, especialmente com o mais importante filósofo-místico alemão Mestre Eckhart. Algumas “proximidades conceituais” entre os pensamentos de Nishitani e Ueda (dois grandes nomes da Escola de Kyoto) com Mestre Eckhart são temas centrais deste curso. Referências tais como Nada Absoluto, Vazio da Alma, Desprendimento e Serenidade são centrais tanto para Mestre Eckhart quanto para o Zen-budismo. Com Nishitani e Ueda a Filosofia da Escola de Kyoto passa a dialogar diretamente com esses “conceitos” em Eckhart, a partir de seus correlatos Zen-budistas. Faremos, neste curso, uma releitura deste diálogo a partir da tradicional história zen-budista “O boi e seu pastor”; recurso também utilizado por pensadores da Escola de Kyoto.
14/04: O boi e seu pastor
Análise dos 10 quadros da tradicional história Zen-budista “O boi e seu pastor”, a partir de referências gerais das filosofias ocidentais e orientais, tendo como referência fundamental e pano de fundo o diálogo entre Zen-budismo e Mestre Eckhart, mas se estendendo a outros pensadores da tradição filosófica ocidental, principalmente Nietzsche e Heidegger. Diálogo também com a interpretação desta mesma história, feita por Shizuteru Ueda.
12/05: As bases filosóficas do Budismo Zen
Os elementos fundamentais deste módulo estão presentes em três importantes pensadores da tradição budista: Nāgārjuna, Fazang e Dogen. O objetivo principal desta análise é tratar de dois “conceitos” básicos da filosofia budista, da cooriginação dependente (pratityasamutpada) e vacuidade (Shunyata), que são centrais para os referidos autores. Abordaremos também a reinterpretação que Fazang faz da Rede de Indra e do conceito de tempo em Dogen, como formas de exemplificações e desdobramentos “conceitos”.
09/06: Mestre Eckhart e seus mestres
Oos conceitos básicos da filosofia de Eckhart tais como vazio da alma, nada absoluto, desprendimento e serenidade, com o objetivo de compreender a recorrente preocupação de Eckhart em superar as concepções lineares de tempo, desenvolvidas por Platão, Aristóteles e Santo Agostinho, que foram os grandes mestres de Eckhart. Esses pontos são as bases para o diálogo com os temas do segundo módulo e formam os temas do último bloco.
07/07: Releitura da história Zen-budista
A história “O boi e seu pastor” como estratégia de abordagem daqueles que, a meu ver, são os principais pontos comuns e os principais pontos divergentes entre essas duas tradições filosóficas. O principal objetivo das considerações desta última parte é vislumbrar os caminhos soteriológicos - que levam à superação do sofrimento - apontados por essas duas tradições.
* Clique AQUI para baixar o PDF "O Nada absoluto no Zen, em Eckhart e em Nietzsche" e clique AQUI baixar os 10 quadros de "O boi e seu pastor".
Antonio Florentino Neto é doutor em Filosofia pela Universidade Livre de Berlim, com tese sobre a relação entre filosofia alemã e filosofia chinesa. Prof. Colaborador do Doutorado em Ciências Sociais e pesquisador do Centro Brasil China, da Unicamp.
Transmissão pela plataforma Zoom - ID da reunião: 9515 326 690 (não é necessário senha)
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Atividade Gratuita